A Vida de Santo Agostinho.
Agostinho nasceu na África, em Tagaste, pequena cidade da Numídia, atual Argélia, no dia 13 de novembro de 354. Foi educado em Cartago e lá se tornou professor de retórica. Aderiu ao pensamento maniqueísta, que pregava a regência do mundo através de duas forças, o bem e o mal. Mas a influência de Santo Ambrósio foi decisiva para convertê-lo ao cristianismo em 386.
O resultado de sua conversão é o livro “Confissões”, onde revela os caminhos da fé em meio às angústias do mundo. O livro é uma autobiografia que também imprime o seu pensamento filosófico. Outra obra de grande destaque é “Cidade de Deus”, onde discute a questão da metafísica do pecado original contido na Bíblia.
Para Agostinho, o caminho para a verdade estava na fé, mas a razão era o melhor meio para provar a validade das verdades. Famosa é a sua frase: “Compreender para crer, crer para compreender”.
Santo Agostinho foi influenciado pelo pensamento de Plotino, filósofo grego, cuja essência, era a de que a alma era aprisionada pelo mundo sensível. A partir desse pensamento, elaborou a doutrina da iluminação divina, na qual, a percepção do verdadeiro tem por causa a luz que provém de Deus.
Morreu em Hipona, província romana na África, no dia 28 de agosto de 430. Deixou uma obra fundamental para a doutrina da igreja católica, que foi registrada em muitos gêneros- tratados filosóficos, teológicos, comentários, sermões e cartas.
Santo Agostinho foi canonizado por aclamação popular, e reconhecido como Doutor da Igreja, em 1292, pelo papa Bonifácio VIII.
Ideais
Agostinho defendeu a superioridade da alma humana, isto é,a supremacia do espírito sobre o corpo, a matéria.
A alma teria sido criada por Deus para reinar sobre o corpo, para dirigi-lo à prática do bem. A verdadeira liberdade estaria na harmonia das ações humanas com a vontade de Deus. Ser livre é servir a Deus, pois o prazer de pecar é a escravidão.
Segundo o filósofo, o homem que trilha a via do pecado só consegue retornar aos caminhos de Deus e da salvação mediante a combinação de seu esforço pessoal de vontade e a concessão, imprescindível, da graça divina.
Sem a graça divina de Deus, o homem nada pode conseguir. E nem todas as pessoas são dignas de receber essa graça, mas somente alguns eleitos predestinados à salvação.
A concepção que Agostinho tem do mal, esta baseada na teoria platônica, assim o mal não é um ser, mas sim a ausência de um outro ser, o bem. O mal é aquilo que "sobraria" quando não existe mais a presença do bem. Deus seria a completa personificação deste bem, portanto não poderia ter criado o mal.
A Patrística e Santo Agostinho
Com o nome de patrística entende-se o período do pensamento cristão que se seguiu à época neotestamentária, e chega até ao começo da Escolástica: isto é, os séculos II-VIII da era vulgar. Este período da cultura cristã é designado com o nome de Patrística, porquanto representa o pensamento dos Padres da Igreja, que são os construtores da teologia católica, guias, mestres da doutrina cristã. Portanto, se a Patrística interessa sumamente à história do dogma, interessa assaz menos à história, em que terá importância fundamental a Escolástica.
A Patrística é contemporânea do último período do pensamento grego, o período religioso, com o qual tem fecundo contato, entretanto dele diferenciando-se profundamente, sobretudo como o teísmo se diferencia do panteísmo. E é também contemporâneo do império romano, com o qual também polemiza, e que terminará por se cristianizar depois de Constantino. Dada a culminante grandeza de Agostinho, a Patrística será dividida em três períodos: antes de Agostinho, período em que, filosoficamente, interessam especialmente os chamados apologistas e os padres alexandrinos ; Agostinho, que merece um desenvolvimento à parte, visto ser o maior dos Padres; depois de Agostinho vem o período que, logo após a sistematização, representa a decadência da Patrística.
A Patrística do II século é caracterizada pela defesa que faz do cristianismo contra o paganismo, o hebraísmo e as heresias. Os padres deste período podem-se dividir em três grupos: os chamados padres apostólicos , os apologistas e os controvérsias . Interessam-nos particularmente os segundos, pela defesa racional do cristianismo contra o paganismo; ao passo que os primeiros e os últimos têm uma importância religiosa, dogmática, no âmbito do próprio cristianismo.
Chamam-se apostólicos os escritos não canônicos, que nos legaram as duas primeiras gerações cristãs, desde o fim do primeiro século até a metade do segundo. Seus autores, quando conhecidos, recebem o apelido de padres apostólicos, porquanto floresceram no templo dos Apóstolos, ou os conheceram diretamente, ou foram discípulos imediatos deles.
Costuma-se designar como o nome de apologistas os escritores cristãos dos fins do segundo século, que procuram de um lado demonstrar a inocência dos cristãos para obter em favor deles a tolerância das autoridades públicas; e provar do outro lado o valor da religião cristã para lhe granjear discípulos. Seus escritos, portanto, são, por vezes, apologias propriamente ditas, por vezes, obras de controvérsia, às vezes, teses. E são dirigidas às vezes contra os pagãos, outras vezes contra os hebreus. Os apologistas, mais cultos do que os padres apostólicos, frequentemente são filósofos - por exemplo, São Justino Mártir - ainda que não apresentem uma unidade sistemática; continuam filósofos também depois da conversão, e se esforçam por defender a fé mediante a filosofia. Para bem compreendê-lo, é mister lembrar que o escopo por eles visado era, sobretudo, por em focos os pontos de contato existentes entre o cristianismo e a razão, entre o cristianismo e a filosofia. E apresentavam o cristianismo como uma sabedoria, aliás, como a sabedoria mais perfeita, para levarem, gradualmente, até à conversão os pagãos.
Questões Sobre Santo Agostinho
Questão I ) Entre 373 e 374, Agostinho ensinou gramática em Tagaste. No ano seguinte, mudou-se para Cartago para dirigir uma escola de retórica e lá permaneceu pelos nove anos seguintes . Perturbado pelo comportamento indomável de seus estudantes, fundou, em 383, uma escola em:
R - Roma
Questão II ) Quem foi São Agostinho? Onde e quando nasceu.
R: Aurélio Agostinho, o Santo Agostinho de Hipona foi um importante bispo cristão e teólogo. Nasceu na região norte da África em 354 e morreu em 430. Era filho de mãe que seguia o cristianismo, porém seu pai era pagão. Logo, em sua formação, teve importante influência do maniqueísmo (sistema religioso que une elementos cristãos e pagãos).
Questão III ) Qual a importância de Santo Agostinho?
R: Agostinho é uma das figuras mais importantes no desenvolvimento do cristianismo no Ocidente. Em seus primeiros anos, Agostinho foi fortemente influenciado pelo maniqueísmo e pelo neoplatonismo de Plotino,mas depois de tornar-se cristão , ele desenvolveu a sua própria abordagem sobre filosofia e teologia e uma variedade de métodos e perspectivas diferentes. Ele aprofundou o conceito de pecado original dos padres anteriores e, quando o Império Romano do Ocidente começou a se desintegrar, desenvolveu o conceito de Igreja como a cidade espiritual de Deus, distinta da cidade material do homem.
Questão IV ) Quais eram algumas das principais obras de Agostinho ?
R - "A Cidade de Deus" e "Confissões",
Questão V) Defina livre-arbitrio para Santo Agostinho e diga como ele concilia a liberdade humana com a teoria da predestinação.
R - Outro problema de difícil resolução, abordado por Agostinho, foi o do livre arbítrio: depois do pecado original (antes o homem era livre, mas tendia naturalmente para o bem), o homem possuía o livre arbítrio, isto é, a possibilidade de escolher entre um bem maior e um bem menor, entre o bem e o mal e entre um mal maior e um mal menor. A vontade pode afastar o homem de Deus, fazendo escolhas erradas. Afastar-se de Deus significa ir para o não-ser, isto é, caminhar para o mal. Eis aí o pecado, que não é necessário e deriva, unicamente, da vontade do homem, nunca de Deus. Caminhando para o pecado, a alma decai e não consegue salvar-se sozinha - vem, então, a graça divina para dirigir o homem para o bem, sem, no entanto, privá-lo do livre arbítrio. Sem o auxílio da graça, exercendo o livre arbítrio, o homem poderia escolher o mal. Mas, segundo Agostinho, nem todos recebem a graça; apenas os predestinados à salvação a recebem das mãos de Deus.
Esse conceito de predestinação, da dualidade dos eleitos e dos condenados é exposto em sua obra Cidade de Deus; nela, o autor descreve os homens no mundo, depois do pecado original (a vontade, movida pelo orgulho, distanciou-se de Deus): aqueles que persistem no erro de Adão e Eva, ou seja, no pecado, vivem na cidade dos homens, na cidade da terra, onde são sempre castigados; os que recebem a graça divina, os eleitos, constroem a Cidade de Deus e viverão para sempre, eternamente no Bem. Todos os fatos históricos negativos, como as guerras, o dilúvio e os impérios opressores, pertencem à cidade dos homens; os fatos positivos, como a arca de Noé, Moisés, os profetas e, principalmente, a vinda de Jesus ao mundo, são manifestações da Cidade de Deus.
"Não basta fazer as coisas boas - é preciso fazê-las bem."


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